quarta-feira, 6 de abril de 2011

HORIZONTE EM ABERTO by (Fernando Lima)

  Vou fazer diferente. A postagem de hoje são sábias e intensas palavras de um amigo especial.
PS. A publicação foi gentilmente autorizada pelo mesmo.


Horizonte em aberto

Tem horas que a gente pára e fica olhando o nada. Aquele espaço despercebido no meio do horizonte no qual o nosso olhar decidiu se aquietar... De repente, alguém aparece e pergunta: - Você estava olhando o que? Aonde?! E a gente, com aquele risinho fraco, responde: - Olhando nada em lugar nenhum! Não existe resposta melhor a ser dita nessas horas, até por que era exatamente no nada que os nossos olhos estavam.
Nessas horas as pupilas decidem se neutralizar e não absorver nada, absolutamente nada, para que a mente possa se encarregar de todo um contexto. E que contexto! Ela desenrola um carretel de lembranças enlameadas de significado e começa a sequenciá-las como um filme: é como se nós estivéssemos assistindo um curta de um momento da vida em que nós atuamos de alguma forma –  sendo protagonistas ou coadjuvantes, isso não vai interferir – e ela, a mente, ainda não digeriu como deveria. Então ela fala, reclama, grita, chama a atenção, busca de alguma forma nos deter para reavaliar quantas vezes forem necessárias o que para ela ainda está confuso. Mas como ajudar a desconfundir aquilo que nem mesmo nós conseguimos esmiuçar? Seria como explicar para si próprio aquilo que ainda não ganhou sentido... Enquanto não se entende, mais dados são requisitados e mais detalhes expostos até que o rolo possa rodar por inteiro.
Para muitos esse processo é uma verdadeira via crucis, por que dói ser ignorante à própria vida! O filme roda, a gente assiste, analisa e a medida que se percebe alí vai encontrando no decorrer os pedaços de nós que ficaram pelo meio do caminho! Bingo! Esse é o fio da meada: achar as peças do quebra cabeça da nossa história que ficaram presos nas pegadas passadas, por que querendo ou não, nós somos um monte de pecinhas umas dando sustentação as outras para que o desenho final seja bem compreendido. E o coração vivencia tudo consciente de que só pode apenas sentir e mais nada!
Enfim, o filme acaba na hora que o dedo de outrem invade o raciocínio e nos traz de volta quando nos questiona! Por mais que a pergunta seja pelo lugar onde olho se concentrou, está na entrelinha outra pergunta: a de onde nós estávamos. Mas isso só nós precisamos saber! A memória ainda é terra de um dono só, por mais compartilhada que seja.
De volta a realidade. Olhos atentos, mente aberta e coração tranquilo, afinal de contas, a vida real agora terá mais significado por que nos conhecemos um pouco mais do que a alguns instantes atrás.

Fernando Lima

2 comentários:

  1. Tá autorizada sim! =) Espero que seja minhas letrinhas sejam bem vindas por aqui, e isso só o tempo irá dizer, haha! Beijoo

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